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quinta-feira, 23 de julho de 2009

A FAMÌLIA NO PROCESSO DE EDUCAR


Quando pensamos em melhorar a qualidade de vida, logo vem a cabeça a educação que nossas crianças estão tendo.
A educação é a base de tudo, é onde forma-se o caráter, forma opinião de mundo, e o mais importante tomam decisões que vão influenciar e mudar a vida de todos ao seu redor mesmo que indiretamente.
Qual seria a importância da família na educação, quais atitudes e mudanças os pais podem tomar para melhorar a qualidade da vida escolar de seu filho?
Vou colocar um trecho do meu trabalho de conclusão de curso, onde ressaltei alguns pontos fundamentais para a integração família/escola, pais/professores.


É preciso trazer a família para dentro da escola, é necessário que ela passe a colaborar de forma mais efetiva com o processo de educar.
O MEC no intuito de melhorar esse aspecto instituiu o dia 24 de abril como o “Dia Nacional da Família na Escola”. Nesse dia todas as escolas podem convidar os familiares a participarem de suas atividades educativas, pois segundo o ex-ministro da Educação Paulo Renato de Souza, “quando os pais se envolvem na educação dos filhos , eles aprendem mais.
Essa falta de participação e comprometimento dos pais pode ser um dos principais motivos que atrapalham uma sala de aula, ou seja, a falta de limite e desrespeito por parte dos alunos,. Isso deixa os professores, cansados, estressados e desestimulados. E um dos fatores é que os pais não se interessam pela vida escolar de seu filho, os professores tentam superar esses conflitos e procuram mostrar que se não houver uma parceria entre pais e professores, quase nada poderá ser feito para solucionar esse caso. Muitas discussões, dentro e fora do âmbito escolar, giram em torno do assunto, de que os professores na ânsia de conseguir atenção dos alunos, procuram novas metodologia e técnicas, nem sempre obtendo um bom resultado. As escolas também empenham-se em prender a atenção do aluno criando projetos de informática, ambientais, onde os alunos possam se integrar e assumam um comprometimento maior com a educação, tendo interesse e empenho nos projetos.
Essas atitudes tem contribuído bastante para a melhora de comportamento, mas percebe-se que ainda falta algo e os casos de violência aumentam cada vez mais dentro e fora das escolas. Paulo Freire cita em a “ Pedagogia da Indignação” um trecho onde aborda a violência:

“Que coisa estranha, brincar de matar índio, brincar de matar gente. Fico a pensar aqui. mergulhado num abismo de profunda perplexidade, espantado diante da perversidade intolerável desses moços, desgestificando-se no ambiente em que descreveram em lugar de crescer”. (Paulo Freire, 2000:31).

Esse comentário feito após o assassinato de um índio pataxó( Galdino de Jesus dos Santos), morto por 5 rapazes enquanto dormia numa estação de ônibus. Nos faz refletir sobre a resposta deles, a de que estariam brincando, nos faz questionar qual teria sido o motivo de tamanha crueldade, como teria sido a sua formação em casa,.
Segundo Margarete J. V. C. Hulsendenger( professora de Física nos colégios João XXIII e Israelita em Porto alegre, Mestre em Educação, Ciências e Matemática)a crescente onda de violência, deve-se a o fato de que atualmente as famílias estão cada vez mais desestruturadas com as separações, os novos casamentos, a família tradicional dá lugar a diferentes pessoas morado sob o mesmo texto.
Em resposta a isso, os alunos se tornam cada vez mais agressivos e revoltados dentro da sala, esta é a maneira encontrada para chamar atenção dos pais. Os pais por sua vez comparecem ás escolas, ouvem o que lhes é falado sobre o mau comportamento e rendimento na maioria dos casos, e qual é a atitude desses pais? Quando resolvem não deixar passar em branco, tiram algo de que eles gostam, deixando-os mais irritados ainda, sem terem tido um diálogo franco e aberto. Quando um filho erra, ele espera uma atitude sua, e essa atitude com certeza causará um impacto na sua emoção, o denominado fenômeno RAM(Registro Automático da Memória, de todo pensamento e emoção) esse registro não produzirá um efeito inteligente se a reação for negativa, só registrará sofrimento, ao invés de aprendizagem, sem que eles percebam o erro cometido, e continuara achando-se injustiçado. É importante que os pais percebam e façam seus filhos refletirem sobre atos errados e não se sintam desamparados, e sim amados, pois todo ser humano erra, ninguém é perfeito.
Em “Pais Brilhantes, Professores Fascinantes”(Cury, Augusto Jorge: 2003) nos mostra que a educação mundial passa por uma crise muito grande, e nos fala que para cultivar a emoção e expandir a inteligência dos jovens alunos, pais e professores precisam de ferramentas para estimular tanto crianças quanto adolescentes. Uma das ferramentas que pode ser usada nessa parceria entre pais e professores, é que pais e filhos sejam sempre unidos numa relação mútua de confiança, respeito e amor, criando um mundo onde a criatividade, ousadia e segurança faça parte da educação, criança tem que se sujar , brincar na terra, correr, cair, tudo que faz parte de uma infância alegre. Alguns pais protegem demais os filhos, não os deixando correr risco e desafios,deixam tudo fácil, assistem televisão o tempo todo, brincam com brinquedos eletrônicos, por medo de que se machuquem, matriculando-os em vários cursos ao mesmo tempo, tornando-os “mini adultos”.
Outra possibilidade é a de formar e não informar de como o mundo realmente é, a impressão que dá é que não se ensina se ensina mais limites, respeito, responsabilidade, o pensar e expor idéias. Muitos desses jovens desenvolvem síndrome do pânico,fobia, , timidez excessiva, entre outros.Os pais deixam a parte de impor limites para a escola, para a escola, a escola contribui sim na formação . Mas são os pais que servem de exemplos e modelos para a educação.
As teorias estão deixando de funcionar e é preciso que pais e professores adquiram hábitos que estimulem a reflexão dos atos, e os professores hábitos que formem jovens refletores de uma educação baseada no respeito, carinho entre pais, professores e alunos.
A formação da criança e do adolescente é um dever compartilhado pela família, pela sociedade e pelo Estado, e os pilares principais são a família e o professor, essa parceria tem deixado muitos educadores preocupados no que diz respeito a difícil relação entre liberdade e disciplina.
Num debate promovido pelo professor Renato Nascimento (Jornal do Portal, 2003) “Como explicar o fenômeno da indisciplina entre os alunos? E como soluciona-los?”, e chegaram a conclusão de que a indisciplina muitas vezes está relacionada a falta de orientação, exemplo e autoridade da família e alunos. As soluções propostas foi a de que os educadores precisariam conhecer a fundo e entender os problemas dos alunos relacionados à família.
Muitos desses educadores criticaram a eficiência de uma educação libertaria, sem normas rígidas, priorizando o estímulo à criatividade e autonomia das crianças, acreditando que é uma idéia falida e que as crianças não têm estrutura para tomarem decisões sozinhas. Para os que amam essa poderia ser uma das soluções, pois é uma experiência inovadora que prepara os alunos para a vida.
Alguns pais optam por uma educação mais rígida, sendo vista por muitos pais como um recurso para impor limites aos filhos. Dessa forma, passando à escola a responsabilidade pela criação de seus filhos.
Diante de tantos motivos, é difícil encontrar uma única razão para isso, podendo ser um reflexo do que acontece em casa e em alguns casos a falta de pulso do professor. Em ambos os casos são importantes à junção de pais e professores. Embora haja certa continuidade na transmissão de valores de pais para filhos, a verdade é que os jovens de hoje adquirem sua formação não só dentro da família, mas também fora dela, através de papéis variados que a escola e a família poderão ou não haver essa integração. Porém, a família não pode se omitir de seu papel e atribuir responsabilidades aos educadores na formação de seus alunos.
Um relatório para UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI (1996:95) reforça que:

“A ligação constitui o primeiro lugar de toda e qualquer educação se educação se assegura, por isso, a ligação entre o afetivo e o cognitivo, como a transmissão dos valores e normas”.

Para que esse quadro mude, precisamos identificar os problemas e incorporar às nossas praticas pedagógicas e na relação família, atitudes que contribuam para um desenvolvimento maior. Autoridade e liberdade só se conquistam com uma instituição comprometida com os alunos e suas famílias.
Limites na educação de crianças e jovens são aquelas de boa convivência, do respeito mutuo e da observação de mundo. “Todo individuo precisa ter alguém para lhes dizer “sim” e “não”, nos momentos e situações mais propícios , seja o pai ou o professor.



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